4.4.14

Banalidade do mal

Celso de Almeida Jr.


Publicado no Blog Ubatuba Víbora
Coluna do Celsinho
4 de abril de 2014

Em tempos de tanta interferência estatal, busquei leitura extrema.
Eichmann em Jerusalém - Um relato sobre a banalidade do mal, escrito por Hannah Arendt, foi o livro escolhido.
Trata-se da análise do julgamento de Adolf Eichmann, condenado à morte por sua colaboração na deportação de judeus para campos de extermínio nazistas, na Segunda Guerra Mundial.
Na Casa da Justiça de Jerusalém, em 1961, o acusado, inicialmente tido como um carrasco monstruoso, revelou-se um funcionário incapaz de refletir sobre os seus atos, impregnado por noções burocráticas, que agiu conforme a ordem legal vigente na Alemanha daquela época.
Hannah Arendt, que acompanhou o julgamento como correspondente da revista The New Yorker, entre outros questionamentos, provoca-nos sobre o que fazer das noções de culpa e responsabilidade no Estado burocrático moderno.
Ela nos leva a refletir sobre o Estado igualar o exercício da violência ao cumprimento da atividade burocrática, revelando-nos o conceito de banalidade do mal.
A leitura impactante forçou-me a analisar maldades incomparavelmente menores, praticadas por funcionários medíocres, honoráveis capachos.
Assustadores pensamentos.

Siegfried Funeral March
Richard Wagner