19.4.13

Taba Mirim

Celso de Almeida Jr.


Publicado no Blog Ubatuba Víbora 
Coluna do Celsinho 
3 de agosto de 2012

O leitor que me acompanha às sextas-feiras, no Ubatuba Víbora, deve sempre desconfiar das minhas palavras. 
Explico. 
Escrevo com certa facilidade; gosto disso. 
Por isso, sei muito bem que palavrinhas bem escolhidas, em frases elaboradas, podem causar a melhor impressão. 
Induzir, inclusive, à farsa de que sou politicamente correto em todas as minhas ações. 
Para aqueles que se iludem fácil, recomendo que conversem com amigos meus. 
Eles, rapidamente, poderão relacionar os inúmeros defeitos que carrego vida afora. 
Hoje, porém, imploro para que acreditem na minha sinceridade. 
Trata-se de um caso de amor por uma causa extraordinária. 
Qual o assunto? 
Nesta semana, soube que o Colégio Taba enfrenta dificuldades para garantir seu funcionamento. 
Meu coração apertou. 
Eu participo de uma escola que cresceu junto com a Taba. 
Concorrentes? 
Não sei se este é o termo adequado. 
Somos, no fundo, idealistas, que tentam oferecer o melhor para crianças e jovens, num país que pouco valor dá a educação. 
Vi quando a Taba começou a construir seu prédio próprio, na rua Cunhambebe. 
Ficava na esquina de casa, próximo de onde minha mãe conduzia também uma escola, que acabaria contando com os esforços de toda a nossa família para poder sobreviver.
Naquela época, eu, muito garoto, admirava o prédio da “concorrente” que trazia uma proposta inovadora. 
Agradava-me, também, o nome de então: Taba Mirim. 
Por mais de três décadas estivemos juntos no mercado, sofrendo as mesmas dificuldades. 
Nesta longa jornada, nossa escola já enfrentou situações muito críticas, mas sobreviveu. 
Por isso, torço para que o Colégio Taba vença esta batalha e continue. 
Fosse um clube de futebol ou uma igreja, certamente teria benefícios de toda ordem para manter-se ativa. 
Mas, é uma instituição particular de ensino básico, no Brasil, em Ubatuba.
Conta, portanto, somente com a própria sorte e com aqueles que se dispõem a abraçar a nobre causa. 
Nesta hora, não importa se precisarão caminhar com poucos alunos. 
O importante é que sigam em frente. 
Para tanto, bastará contar com uma pequena equipe unida, coesa. 
Para esta, os nossos mais sinceros votos de que acreditem em dias melhores. 
Por experiência própria, sabemos que eles não se negam a nascer.

Não deixe o samba morrer
Edson Conceição e Aloísio Silva
Jair Rodrigues & Alcione