7.5.12

Histórias sem fim

Celso de Almeida Jr.


Publicado no Blog Ubatuba Víbora
Coluna da Sexta-Feira
8 de maio de 2009

O Rolando Boldrin contou que um garoto ficava por muitas horas olhando a caipirada pescar.
Um dia, foi abordado por um pescador que lhe ofereceu uma varinha.
Este imaginou que realizaria o desejo daquele menino, quase uma estátua, com a mão no queixo, observando.
A resposta foi surpreendente, como normalmente são os “causos” do Boldrin.
O menino agradeceu a gentileza, mas disse que não tinha paciência para aquilo...
Numa entrevista, o Geraldo Alckmin, questionado por Gabriel Chalita sobre o envolvimento dos jovens na vida pública, comentou que a política é uma arte e uma ciência, pois exige paixão pelas pessoas, sensibilidade, amor, muito estudo, dedicação, busca contínua do aperfeiçoamento, ressaltando a complexidade dos assuntos inerentes à gestão pública.
Disse ainda, que participar da política não exige necessariamente ser candidato a vereador, prefeito, etc.
Podemos atuar de alguma forma na rua, no bairro, nas escolas, nas empresas, na imprensa, enfim, exercitando a cidadania.
Lembrei do Boldrin e de sua história.
De certa forma, nós assistimos as ações políticas, estamos mergulhados nelas, sofremos os efeitos delas, mas, quando convocados a participar, respondemos que não temos paciência.
Mas gostamos de assistir o espetáculo, deprimente na maioria das vezes, que os políticos proporcionam.
Vale a pena experimentar pescar?
Creio que para o garoto que ficava na beira do rio por tanto tempo, seria um passo que exigiria pouco esforço.
Vale a pena participar da política?
Creio que para nós, avaliar a intensidade do esforço não vem ao caso.
Temos que nos envolver.
Precisamos opinar.
Agir.
Tendo ou não tendo paciência, não nos é facultado o direito de ficar só observando.
O compromisso com as nossas vidas e com as vidas das gerações futuras exige a participação imediata.
Basta escolher um caminho.
E, decididamente, caminhar.

Seresta
Alvarenga, Ranchinho e Newton Teixeira
Rolando Boldrin